Os 10 melhores álbuns de K-pop (parte 2)

É um feito inédito na minha vida prometer fazer algo em determinado período de tempo e cumprir essa promessa. Cá estamos nós com a parte 2 dos 10 melhores álbuns de K-pop e hoje vamos cobrir da 10ª até a 6ª posição, álbuns quase tão bons (ou até melhores) que os do último post, mas que eu gosto menos seja do artista ou das músicas mesmo, é possível você reconhecer que algo é incrível e mesmo assim não gostar tanto quanto outras coisas duvidosas.

Tudo que vem para o blog tem o objetivo de ser divulgado para os leitores, então resolvi não repetir nenhum artista neste top para que o conteúdo ficasse mais diverso e menos repetitivo. Existem álbuns como o 'Kiss My Lips' da BoA que sem dúvidas mereciam uma posição, mas o 'Only One' já foi contemplado então...

Chegou a hora de falar daqueles que são ótimos, mas seja por gosto duvidoso meu, nostalgia ou por não serem tão ótimos assim, não chegaram ao top 5.

10º lugar: LeeHi - Seoulite (2016)

A LeeHi é uma figura bem esquisita para mim porque não me lembro a primeira vez que ouvi uma música dela, parece que de alguma forma a cantora sempre esteve ali e nunca dei muita atenção. Uma semana atrás ela lançou Red Lipstick e eu estou FISSURADO nessa música e decidi dar uma conferida em outras coisas da discografia e uma amiga me sugeriu esse álbum.

Por alguma razão o 'Seoulite' foi lançado em duas partes e até poderíamos questionar o porquê, mas a gravadora da LeeHi era a YG então vamos nos poupar do esforço de entender essa empresa, não é nada que uma playlist não resolva.

As capas das duas partes do 'Seoulite'

A primeira metade (com uma capa misturando Seul durante o dia e uma arte muito bonita) tem um tom mais divertido e brilhante, me senti vendo um filme de comédia romântica ouvindo essa parte do álbum. Já o lado "noturno" - a capa mostra Seul à noite - é mais maduro e menos good vibes, com My Star funcionando como uma boa transição.

É essa dualidade entre o lado mais feliz da primeira metade, muito influenciado pelo pop, e o lado triste e reflexivo da segunda que torna esse álbum tão bom para mim. Enquanto todos os outros álbuns dessa lista são mais sérios e ambiciosos, 'Seoulite' é tranquilo do começo ao fim e viciante.

Minhas favoritas: Hold My Hand, Breathe, Fxxk Wit Us, My Star, Blues, Video Missing U.

Posso viver sem: nenhuma, são todas boas.

Links do Spotify e são dois porque a YG faz essas coisas:

9º lugar: IU - Modern Times (2013)

A IU é uma cantora inteligente, se manter relevante dentro do K-pop por mais de 10 anos e sem um grupo para fortalecer sua imagem não é para qualquer um(a). E ela, às vezes, sai da zona de conforto e gosta de explorar novas ideias. Infelizmente, eu nunca consegui gostar muito da cantora. 

Na discografia não muito extensa dela, o melhor foi o 'Modern Times' e não nego que esperava um estilo diferente de um álbum com esse nome. Na primeira vez que ouvi fiquei meio "hum, ok", mas depois não consegui mais parar de ouvir e só foi ficando melhor.

Não apenas esse trabalho da IU é bastante criativo e digno de aparecer nessa lista pela qualidade dele, mas é um diferentão no meio K-pop, um estilo conhecido por ter músicas superproduzidas e com grande influência eletrônica. 

O 'Modern Times', entretanto, é algo que me transporta para algum barzinho do Rio de Janeiro nos anos 40/50 ou até antes e talvez o título faça referência àquele filme do Charlie Chaplin - você sabia que até referência ao "Meu Pé de Laranja Lima" a IU já fez? Eu não entendo muito de Jazz ou Bossa Nova, mas eles estão aqui nesse álbum e é isso que o torna tão único e interessante. 

De 2016 para cá, o K-pop tem se interessado mais pela América Latina, mas IU foi muito sagaz e já se fez presente lá em 2013 com o tempos modernos dela - mesmo o Jazz sendo dos EUA, o som aqui continua muito "latino". 

Como a cantora participa das composições das músicas e gosta de controlar bem o trabalho dela, vocês deveriam conferir as letras também.

Minhas favoritas: Everybody has secrets (feat. Gain), The Red Shoes, Modern Times, Obliviate, Havana e Wait.

Posso viver sem: Bad Day, Daydream (feat. Yang Hee-eun).

Link do Spotify:

8º lugar: TWICE - Eyes Wide Open (2020)

Houve um tempo no K-pop em que você amava ou odiava essas meninas com toda sua força, agora todo mundo já se acalmou, todo mundo menos os fãs do grupo. Quando se tem uma fanbase tão chata quanto o Twice e que atrai uma imagem negativa, é preciso que o grupo lance músicas boas o bastante para "limpar" a reputação e fazer os ouvintes superarem os preconceitos e não era esse o caso das meninas aqui até Fancy ser lançada, lá em 2019.

De lá para cá, o Twice conquistou o respeito da comunidade e o nível no geral cresceu muito (mas Fancy continua imbatível), tudo isso culminou no 'Eyes Wide Open'. Esse álbum tem um som mais retrô, lembrando o 'Reboot' em alguns momentos, e foi um ar fresco em um 2020 horrível.  As letras das músicas também são incríveis e a participação das integrantes foi essencial para falar de autoestima, estresse, ansiedade e imagem, temas que artistas coreanos muitas vezes não se sentem livres para falar.

O K-pop entrou em uma onda retrô ano passado e tá durando até hoje, por isso a variedade musical de uns anos atrás meio que sumiu, só que dentro dessa tendência o Twice conseguiu unir o melhor da nostalgia e do que os adolescentes estão ouvindo hoje. Já disse nesse post que a Coreia agora quer conquistar a America Latina e até influências da nossa região estão presentes, além do city pop que está ficando bastante popular no TikTok.

Meu único ponto negativo do 'Eyes Wide Open' vale não apenas para esse álbum, mas para a JYP, gravadora do grupo. Eu simplesmente não consigo diferenciar muito bem as músicas em vários álbuns que essa empresa produz. Claro que há exceções, o 'Reboot' também é da JYP, mas de modo geral tenho essa dificuldade. Talvez seja a forma como eles organizam a tracklist, a Julia Baruki falou disso no RocknBold.

Minhas favoritas: I Can't Stop Me, Up No More (minha favorita), Believer, Go Hard, Say Something, Behind the Mask.

Posso viver sem: Shot Clock

Link do Spotify:

7º lugar: Shinee - Atlantis (2021)

Shinee é meu boygroup favorito no K-pop, simpatizo com as músicas e com os integrantes, é muito raro eu acompanhar um grupo masculino assim. Pensei bastante se colocava o 'Married to The Music' ou 'Atlantis', mas acabei enjoando um pouco do primeiro, percebi que não gosto mais tanto assim enquanto estava ouvindo para conferir se colocava aqui na lista. 

O repackage 'Atlantis', por outro lado, trouxe de volta o bom e velho Shinee depois do single Don't Call Me acabar com a alegria do mundo no começo desse ano. Desde 2018, eu não consegui mais acompanhar o grupo da mesma forma e os hiatus por causa do Serviço Militar começaram, então é ótimo ver que os integrantes continuam mantendo a qualidade lá em cima e inovando sem perder a identidade (coisa que Don't Call Me não faz).

O álbum em si é uma mistura de gêneros musicais distintos e cada música nele é muito diferente da outra e isso é um privilégio do grupo, cujo talento permite inovar até a forma como o vocal é utilizado (destaque para Area, Marry You e Kiss Kiss). Até o reggae não escapou das mãos do Shinee, aparecendo em Body Rhythm. Marry You é ainda mais especial porque a letra se conecta com Replay, primeira música lançada por eles, lá em 2008, e com Love Sick, lá do 'Odd' (2015), seguindo a história de um mesmo casal. 

Minhas favoritas: Atlantis, CØDE, Area, Heart Attack, Marry You, Kiss Kiss e Body Rhythm.

Posso viver sem: Don't Call Me e Days and Years.

Link do Spotify:

6º lugar: Red Velvet - The Red (2015)

Nenhum outro viajou tanto pelas posições desta lista quanto 'The Red', mas no final eu sinto que ele merece ficar aqui no sexto lugar mesmo. Red Velvet é um dos meus girlgroups favoritos e que acompanho há mais tempo, a discografia delas no geral é muito boa e acho que, em sete anos de grupo, RBB, ZimzalabimUmpah Umpah são os únicos singles que eu não gosto (e mesmo assim não são tão ruins). 

'The Red' foi lançado em 2015 e foi o primeiro álbum das meninas. O Red Velvet tem um talento tão grande quanto o Shinee, então pense que tudo aquilo que eu falei sobre inovar e produzir faixas muito diferentes se aplica a esse álbum e é uma bagunça de estilos e coisas muito estranhas, mas que funciona hoje tão bem quanto seis anos atrás.

Red Velvet promovendo máscaras desde 2015.

Fui olhar um pouco as críticas profissionais e vi que o cara do IZM criticou o álbum, mas destacou Day 1 como uma das melhores, logo a opinião daquele site está completamente cancelada pelo 20 Anos de Crise já que é uma das faixas mais fracas do 'The Red', não ruim, mas fraca. 

De qualquer forma, goste você de hip hop, música eletrônica, pop rock, bossa nova, R&B, enfim, esse álbum te proporcionará a música que tu precisa, com Dumb Dumb, Red Dress, Oh Boy e Cool World formando o top 4 que eu não consigo escolher a melhor. Mas o clipe de Dumb Dumb é meu clipe favorito do K-pop, isso é fácil de decidir.

Minhas favoritas: Dumb Dumb, Red Dress, Oh Boy, Lady's Room e Cool World.

Posso viver sem: Don't U Wait No More e Day 1.

Link do Spotify: 

Assim, essa foi a parte 2 dos 10 melhores álbuns de K-pop e tenho muitas outras indicações que gostaria de ter tido a chance de falar mais sobre, mas não há tempo, nem energia e nem espaço. Esses posts deram muito trabalho, falar de música sempre envolve uma formatação complicada. Vou levar mais um ano para me recuperar desse trauma.

Espero que todos tenham gostado desses álbuns e que eu tenha contribuído de alguma forma para as playlists de vocês desse fim de semana. Abraços!


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